A Abóboda – Livro de Alexandre Herculano

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A Abóbada é um romance histórico escrito por um dos mestres do gênero, chamado Alexandre Herculano. A história do livro se passa no ano de 1401 e tem como assunto central a construção do Convento e Mosteiro da Batalha, pelo arquiteto Mestre Afonso Domingues

A história mistura uma série de elementos históricos e ficcionais para dar ao leitor uma visão única dos acontecimentos que narram como um arquiteto cego conseguiu terminar e entregar esta magnifica.

O livro divide-se em cinco capítulos: O Cego, Mestre Ouguet, O Auto, Um Rei Cavaleiro, O voto fatal.

Sobre o escritor

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, mais conhecido apenas como Alexandre Herculano, é um dos mais notáveis escritores dos chamados romances históricos de Portugal. Nasceu em Lisboa no ano de 1810 e faleceu no ano de 1877.

Antes de se tornar um escritor, Alexandre teve uma vida militar bastante ativa, participando da revolta de 21 de agosto de 1831 contra o governo ditatorial de D. Miguel I. Acabou se refugiando na Inglaterra e depois na França antes de juntar-se ao exército Liberal de D. Pedro IV, na Ilha Terceira (Açores). Depois de outras experiências e exércitos, Alexandre foi iniciado na maçonaria, mas acabou abandonando.

A primeira experiência com a escrita aconteceu na revista Panorama, em 1837. A partir de então começou a escrever uma série de livros, poesia e peças de teatro.

Trecho do livro

“O dia 6 de Janeiro do anno da Redempção 1401 tinha amanhecido puro e sem nuvens: os campos, cubertos aqui de relva, acolá de searas, que cresciam a olhos vistos com o calor benefico do sol,  verdejavam ao longe, ricos de futuro para o pegureiro e para o lavrador. Era um destes formosissimos  dias de inverno, mais gratos que os do estio, porque sao de esperança, e a esperança vale mais do que  a realidade; destes dias, que Deus so concedeu aos paizes do occidente, em que os raios do sol, que comeca a subir na ecliptica, estirando-se vividos e tremulos por cima da terra, ennegrecida pela humidade, errando por entre os troncos pardos dos arvoredos, despidos pelas geadas, se assemelham a um bando de creancas no primeiro vico da vida a folgar e a rolar-se por cima da campa, sobre a qual ha muito sussurrou o ultimo ai da saudade, e que invadiram os musgos e abrolhos do esquecimento.  Era um destes dias antipathicos aos poetas ossianico-regelo-nevoentos, que querem fazer-nos acceitar como cousa mui poética.”